sábado, 10 de setembro de 2011

O conto louco das Amígdalas Estressadas!

Estou num momento febril. E, é nesse momento que o corpo arde e se contorce de dor, minha mente viaja, viaja, viaja... Viaja ao encontro do distante. Ao encontro do nada. 
Agora estou em um lugar úmido, frio. As vezes quente. Vejo tubos por onde um líquido vermelho corre como um rio. São muitos. Levando pra lá. Trazendo pra cá. Logo imagino que esse liquido deve carregar a vida. 
É isso mesmo! Sou apenas um embrião. Um projeto de ser vivente. Um trocinho microscópico do tamanho do nada.
Ops! Sinto uma presença. - Quem está aí? pergunto já assustado.
- Nós! 
- Nós quem? silêncio. - Querem brincar?
- Ah! Depende! (Risos).
Silêncio novamente até que, duas pequenas criaturas surgem na minha frente.
- Somos nós seu bobão. Somos parte de você no futuro. Seremos o seu inferno presente, passado e futuro. Vão haver momentos de dor, nós vamos aumentar de tamanho. Você sentirá tonturas e ficará péssimo. Aí virá um homem de branco que o fará ingerir umas coisas ruins e seu estômago irá reclamar muito. Ou então, irá injetar um líquido muito forte através de uma agulha que irá furar o seu bumbum, fazendo você gritar, chorar e chorar. Depois disso, nós voltaremos ao normal. Você também. Porém, volta e meia nós voltaremos a infernizá-lo.

#Medo

- Como assim? questiono. - Vocês são muito cruéis. E se eu não sair daqui?
- Todos nos chamam de 'amígdalas', ninguém gosta da gente. Nem os 'vírus' que nós seguramos.
- Eu não sei o que são essas coisas. Então, eu vou sair desse lugar? 
- Mas, você sairá. Você sairá e, quando menos esperar, nós iremos judiar. Não somos cruéis. Só ficamos estressadas. Estressadas com a forma como nos tratam. Nós ficamos ali sempre quietinhas atrás da boca, bem do lado da garganta, protegendo seu corpo, produzindo anti-corpos. Mas somos muito mal-tratadas. Temos até medo quando esse infeliz do 'estômago' começa o desespero dele com essas enzimas descontroladas querendo comer. Aí você sentirá fome, sede ou sei lá o quê. É impressionante, nunca entendemos o que se passa com os desejos de uma pessoa. 
Uma pausa e elas continuam:
- Funciona assim: a boca se abre e? Meu Deus, nos salve! Lá vem coisa quente, depois coisa fria, em seguida vem coisa muito fria, trincando! Sem falar naquele líquido viciante que vocês bebem em festas. Quando pequeno é um tal de sorvete e refrigerante, aquele bagulho horrível cheio de bolinhas gaseificadas que nos deixam irritadas a cada estouro. 
Não consigo mais entender o que está se passando, o que estão falando. Mas as criaturas continuam:
- E, se tiverem pena de você, vão te levar para um homem de branco com uma faca afiada que irá cortar sua garganta e nos arrancar a força de lá... Snif! Snif! Snif! Aí morremos! E, você ficará exposto hahahaha!

O que aconteceu? Sonho maluco! Acordo com um pesado cobertor sobre mim. Calor. Estou molhado de suor. Sinto fome e sede. Mas, o corpo está fraco. O coração está disparado. Está escuro e eu mal consigo imaginar ainda o que aconteceu.

Apenas me lembro de algo como "amígdalas estressadas". 
Estranho! Muito estranho! Pelo visto minhas 'Tonsilas Palatinas' já eram estressadas e malvadas comigo mesmo antes que eu viesse à vida.

Ufa! Passou! Vai Passar! 

Oh! Que dor no bumbum! Maldita injeção de uma santificada BenzilPenicilina.

Guhga Benício

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