sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Pânico

É madrugada.
Na rua nenhum homem ou mulher.
Nem carros ou motos.
Barulho apenas do vento nas árvores.
Um medo estranho começa a percorrer meu corpo.
Um barulho de folha seca.
Olho para trás
Para o lado,
Para outro.
Nada.
Pânico.
O coração parece que vai explodir.
Estou parado num cruzamento
Sem veículos
Sem ninguém
Não sei mais qual direção seguir.
Quanto mais penso, mais o medo aumenta.
Não consigo mover-me.
De repente surge um vira-lata e começa a lamber-me as pernas.
Um sofrido cão de rua me traz a realidade.
O medo do meu próprio medo me faz correr.
Volto o olhar para onde eu me encontrava.
Onde está o cachorro?
Não existia Cachorro.
Era tudo fruto da minha imaginação.
O desespero volta a preencher meus pensamentos.
Continuo a correr com o desejo de que a não existisse mais aquela distância até minha casa.
Não vejo mais obstáculos
Nada vejo.
Enfim, chego ao meu porto seguro.
Olhos arregalados
Coração na mão
Nesse momento sou apenas uma criança.
Uma criança desprotegida
Com medo
Medo do desconhecido
Medo do nada
Medo do meu próprio medo.

(Para quem sofre de síndrome do pânico, o perigo pode surgir do nada, de qualquer lugar, de qualquer ser ou objeto. Esse monstro sombrio vive dentro mim. Eu o venço. Esqueço de sua existência. Sou feliz. Ele retorna sutilmente.)

Sou mais forte que esse mal.
E, no meu medo eu encontro A FORÇA.

(Guhga)

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